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A Amazônia e VC

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Você vai clicar no sinal de (+) visualizado na figura abaixo:

Clique uma, duas, três vezes no sinal até que o sinal (+) vizualizado na figura abaixo desapareça, passando a aparecer somente a imagem simbolizando a queimada.

Clique nela e aparecerá um frame identificando a queimada como no exemplo abaixo.

Queimada

* Queimada identificada em: 07/09/2008 às 15h30
* Municipio: Novo Progresso
* Estado: Pará
* Dias sem chuva: 18

Protestando...,

733 protestos

Clique na opção EU PROTESTO e seu protesto será computado.

Você terá o poder de ir a uma região do amazônia e deixar ali seu protesto contra aquela queimada, alertando as autoridades e mostarndo a elas que você está ciente daquele desrrespeito à AMAZÔNIA....

Vejam o perigo que corremos neste video...

Retiramos a música tocada automáticamente do blog para que você possa escolher a sua logo abaixo. Estaremos postando novas músicas aqui, se você tem alguma sugestão de deixe-a na comunidade Por uma AMAZÔNIA PARA SEMPRE no Orkut.

Reflexão...

Reflexão...
Não adianta pensarmos que não seremos atingidos pelo clima, ESTAMOS INSERIDOS NESTE SISTEMA!!!

outubro 05, 2007

Aquecimento global trará furacões e tornados mais fortes!!!


Furacão Ivan relança discussão sobre aquecimento global

É uma das piores tempestades tropicais desde a década de 60. O Ivan, e a mais recente formação crítica em acção no Pacífico, o furacão Jeanne, relançam a discussão sobre o aquecimento global e o fenómeno El Niño.

O furacão Ivan atingiu o mais alto nível na escala de intensidade dos furacões - o grau 5. Tornou-se já numa das piores tempestades que atingiram a América Central com rajadas devastadores, chuvas torrenciais, ondas com mais de 15 metros de altura e ventos na ordem 255 km/hora.


Investigadores norte-americanos acreditam que esta forte atividade indica que, desde 1995, estão a formar-se na região condições propícias para o desenvolvimento de grandes tempestades, depois de um período de acalmia de cerca de 20 anos. Citado pela BBC, Alberto Mestas-Nuñez, oceanógrafo da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) nas décadas de "60, 70 e 80, a atividade foi muito baixa [atividade das tempestades] e, a partir de 1995, mais ou menos, voltou a aumentar. E o que nós esperamos é que este cenário continue por 10 ou 20 anos", disse.

Segundo este investigador, a formação dos furacões está relacionada com dois fatores primordiais: a temperatura das águas do mar e a intensidade dos ventos nas camadas mais altas da atmosfera. Quanto mais quentes forem as águas do oceano e menos intensos os ventos, maior é a probabilidade de formação de uma tempestade tropical. O AQUECIMENTO GLOBAL DEIXA AS ÁGUAS OCEÂNICAS MAIS QUENTES, FAVORECENDO A FORMAÇÃO DE FURACÕES.

A teoria de Mestas-Nuñez parece corroboar das preocupações dos ambientalistas sobre o aquecimento global - "Esse aquecimento é parte de um ciclo, um ciclo de décadas, de mais ou menos 60 anos. Ou seja, podem-se passar 20 ou 30 anos de fase de aquecimento, e depois 20 e 30 anos por uma fase fria", concluíu o cientista da NOAA.

Conforme explica a BBC, entre 1971 e 1994, ocorreram dois furacões de forte intensidade (com ventos máximos a atingirem os 178 km/hora). Entre 1995 e 2003, e num período mais curto, de sete anos, ocorreram mais de três grandes formações.


El Niño

Mestas-Nuñez não deixou ainda de lembrar um outro fenómeno preocupante, o El Niño que, na sua opinião, está numa fase neutra. Ainda assim, alguns meteorologista continuam a manter algumas dúvidas na relação direta entre o fenómeno dos furacões e o aquecimento global.

Mestas-Nuñez considera tratar-se de "uma hipótese provável", mas lá foi dizendo que se trata de uma constatação que todos fazemos "e é uma área em que a discussão deve ser alargada", concluiu.

Opinião divergente tem Jim Laver, director do NOAA Climate prediction Center. Para aquele cientista, o El Niño é mesmo a razão para todas estas catástrofes e lembra no site oficial da agência: "É esperado que continue até 2005". "Não sabemos ainda que impacto terá o El Niño na alteração da temperatura dos oceanos nesta região específica, e na própria intensidade da precipitação na América do Sul e nos próprios Estados Unidos", esclareceu.

Ivan e Jeanne: Uma 'dupla' diluviana

Depois de ter atingido as ilhas das Caraíbas, como Cuba, Haiti, Jamaica, e ainda o Estado de Yucatan, no México, a tempestade Ivan percorreu a costa da Florida nos Estados Unidos destruindo tudo à sua frente. Ao todo morreram mais de 60 pessoas, vítimas das fortes rajadas, chuvas diluvianas e de pequenos tornados que, entretanto, se formaram em plena tempestade tropical.

A força dos furacões aumentou muito nos últimos 35 anos, mas a freqüência e duração dos fenômenos se mantiveram sem maiores mudanças em todas as fossas oceânicas, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science. "Esta tendência não é incoerente com recentes simulações de modelo climático que sugere que uma duplicação do dióxido de carbono (na atmosfera) pode aumentar a freqüência dos furacões mais intensos", acrescentou.

Os cientistas da Escola de Ciências da Terra e Atmosfera no Instituto de Tecnologia de Atlanta, na Geórgia, e o Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, no Colorado, examinaram o número de furacões, sua duração e a intensidade durante os últimos 35 anos. Esta análise "foi feita em um contexto de crescentes temperaturas na superfície do mar", explicou P. J. Webster, principal autor do artigo.

Durante a temporada de furacões no Atlântico Norte de 2004, entre 1º de junho e 30 de novembro, houve 14 tempestades tropicais, das quais nove foram furacões. "Quatro desses furacões atingiram o sudeste dos Estados Unidos em rápida sucessão, e causaram danos consideráveis", afirmou o artigo.

"A análise das características dos furacões no Atlântico Norte mostrou um aumento na freqüência e na intensidade de furacões desde 1995". Outros cientistas, como Kevin E. Trenberth, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, sugeriram que existe uma relação causal entre a crescente freqüência e intensidade dos furacões e o aumento da temperatura na superfície do mar.

Os ecologistas defendem que a violência de furacões como o Katrina está relacionada ao aumento da temperatura atmosférica causada pela poluição industrial. "A atribuição do aumento na freqüência dos furacões e o aumento na temperatura do mar foi um vigoroso debate na imprensa e nos círculos acadêmicos", escreveram Webster e seus colegas, sem assumir uma posição na discussão.

Uma associação da freqüência e duração dos furacões com o aumento da temperatura atmosférica, segundo estes cientistas, requer registros dos próximos 30 anos. No entanto, há uma correspondência entre o aumento da violência dos furacões e o aumento da temperatura na superfície do mar neste período.

"É muito cedo para dizermos se o Katrina se transformou em um furacão de categoria 5 como resultado do aquecimento global", afirmou Webster. "Mas a intensidade de Katrina está de acordo com a tendência que identificamos", disse.

Para efeitos deste estudo, a intensidade do furacão está relacionada à velocidade máxima de seus ventos sustentados. O artigo destacou que "se viu um aumento no número e na proporção de furacões que alcançam as categorias 4 e 5" da escala Saffir-Simpson (que vai até 5 graus). "O aumento maior ocorreu no Pacífico norte, no oceano Índico e no oceano do Pacífico sudoeste", acrescentou. "O menor aumento percentual ocorreu no oceano Atlântico norte".

Se por um lado não é possível culpar o aquecimento global pela devastação de Nova Orleans, por outro os cientistas avisam: o mundo inteiro pode esperar mais furacões como o Katrina de agora em diante, por causa da mudança climática. O alerta é feito nesta sexta-feira por um estudo americano.

Seus autores realizaram o primeiro levantamento de furacões em todas as bacias oceânicas do planeta nos últimos 35 anos, quando esses fenômenos começaram a ser detectados por satélite. Sua conclusão é que, embora o número total de eventos esteja estável ou até diminuindo, a quantidade de furacões nas categorias 4 e 5 --os mais intensos, como o Katrina e o Jeanne, que atingiu o Haiti em 2004-- vem mostrando uma tendência ao aumento.


"Eu acredito que a tendência seja induzida pelo aquecimento global", disse à Folha o meteorologista Peter Webster, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA). Ele é co-autor do estudo, publicado hoje no periódico "Science".


Até bem pouco tempo atrás, a declaração de Webster seria considerada blasfêmia por qualquer climatologista sério --embora um aumento no número de eventos climáticos extremos até 2100 fosse um dos efeitos previstos pelos cientistas como conseqüência do aquecimento global. Afinal, as interações entre oceano e atmosfera, que dão origem a fenômenos meteorológicos extremos como os furacões, dependem de uma série de fatores complexos. Não é fácil entender como o simples aumento da temperatura média global influencia esse jogo. E não existia uma série histórica de registros que pudesse incriminar o aquecimento global: o que parece ser uma "tendência" em dez anos pode muito bem não se verificar na década posterior.

O cientista da Geórgia e seus colegas ressaltam que ainda há muita incerteza na pesquisa. Mas observam que, pelo menos nas últimas três décadas, o número de furacões nas categorias 4 e 5 praticamente dobrou --e no mundo todo. "Não há dúvida de que há um aumento substancial", disse a jornalistas Greg Holland, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, co-autor do estudo.

A tendência, ressaltam, foi verificada numa série de dados de satélite que é confiável ao longo desses 35 anos. E confirma um estudo publicado há dois meses na revista "Nature" pelo climatologista Kerry Emanuel, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que previa um aumento na intensidade dos furacões no Atlântico Norte devido ao efeito estufa.

"Isso é preocupante e mostra que em razão do aquecimento global das águas do mar a humanidade precisa estar preparada para enfrentar fenômenos climáticos cada vez mais severos, como já vem acontecendo", disse à Folha o climatologista brasileiro Alexandre Pezza, da Universidade de Melbourne (Austrália).

Pezza publicou no mês passado, com o colega Ian Simmonds, na revista científica "Geophysical Research Letters", um estudo sugerindo que o aquecimento global também tornará mais comuns fenômenos como o Catarina, o primeiro furacão registrado no Brasil, que se abateu sobre o litoral catarinense em março de 2004.

Ciclos

Furacões são eventos caóticos, mas com uma coisa em comum: eles dependem de temperaturas altas na superfície do oceano para acontecer. É o calor que fornece "combustível" para as tempestades. Entre 1970 e 2004, a temperatura média da superfície do mar aumentou 0,5C no globo.

Esses eventos extremos também respondem a ciclos naturais. No caso do Atlântico Norte, esses ciclos são influenciados por fenômenos como o El Niño. A cada 25 anos, em média, há um pico no número de furacões.

Globalmente, no entanto, não há evidência desses ciclos, diz Emanuel. E o registro obtido pelo grupo de Webster compreende um intervalo maior que qualquer oscilação natural. "Por favor, repare que a temperatura da superfície do oceano está aumentando em toda parte, não só no Atlântico", disse o pesquisador, segundo o qual, quanto mais as temperaturas continuarem subindo, mais fenômenos como o Katrina ocorrerão. "Furacões levam calor embora dos oceanos. Talvez você precise de furacões cada vez mais fortes para compensar o aquecimento, mas nós não sabemos."


outubro 04, 2007

O clima e os oceanos!!!

Os oceanos desempenham um papel vital no trabalhar da máquina do tempo. Afinal, a atmosfera está realmente em contacto com a água, e não com a terra, em mais de 72 por cento da superfície do globo. A circulação da atmosfera é empurrada pelo calor, mas a quantidade de energia térmica armazenada numa coluna de ar que se estende desde a superfície até à orla do espaço é apenas equivalente à quantidade de energia térmica numa coluna semelhante¹ de água que se estende da superfície do mar até uma profundidade de apenas três metros.

É o oceano, muito mais que a terra, o armazém inicial da energia solar, libertada posteriormente para a base da atmosfera. Os climas temperados são moderados pela influência do mar a oeste, e o clima de toda a Terra é protegido pela acção moderadora do fornecimento de calor oceânico. O sistema de circulação de grandes correntes é fundamental para o estabelecimento do padrão climático existente, pois a movimentação de águas quentes à superfície actua directamente sobre a temperatura atmosférica.

Uma dessas grandes correntes é a chamada Corrente do Golfo, que transporta água quente para norte, desde o golfo do México até à Escandinávia. Toda a Europa Ocidental se encontra sob a sua influência. Como qualquer corrente oceânica, a Corrente do Golfo é gerada por padrões de vento à superfície, e diferenças na densidade da água.

A água superficial, quente e menos salgada, por isso menos densa, parte do golfo do México em direcção a nordeste, e à medida que a latitude vai aumentando a libertação de calor para a atmosfera faz com que diminua de temperatura. No ártico, os ventos frios e o contacto com os gelos arrefece-a ainda mais, adensando-a, até que a própria corrente afunda. A água, agora mais fria, inverte o seu sentido de deslocação, e acaba por se dirigir para sudoeste, a grandes profundidades, indo repôr a massa de água quente em deslocação para nordeste.

Imaginemos este mecanismo como uma enorme corrente de transmissão, movendo-se a uma velocidade de cerca de 4 km por hora e deslocando 74 milhões de metros cúbicos de água por segundo... A Corrente do Golfo faz com que por exemplo a Grã-Bretanha tenha uma temperatura média superior em cerca de 9 graus em relação à Terra Nova, à mesma latitude. A Noruega sem corrente do golfo seria tão inóspita quanto a Groenlândia.

O aquecimento global pode provocar um derretimento assustador dos gelos do Ártico, levando a que uma maior quantidade de água doce se junte à água do mar. A diminuição da salinidade no Mar do Norte pode ter um efeito devastador, na medida em que uma menor salinidade significa menor densidade. A Corrente do Golfo deixa de poder afundar tão a norte e passará a fazê-lo em latitudes mais meridionais, tornando-a instável e eventualmente levando-a a parar por completo. Isto traria concerteza consequências drásticas: em poucos anos, até talvez em menos de uma década, a temperatura média da Europa Ocidental desceria 5ºC, o que significaria a chegada abrupta de uma brutal glaciação. Poderíamos encontrar o clima de Oslo em Lisboa.

Parece paradoxal que o aquecimento global possa acelerar um fenómeno local que é, aliás, inevitável a nível global. A sequência de Idades do Gelo de 90000 anos de duração, seguidas de épocas inter-glaciais de 10000 anos é conhecida e está devidamente provada. O tempo desta inter-glaciação está esgotado, aliás, está já ultrapassado...

CALAMIDADES!!!

Vivemos num mundo de rápidas mudanças, ao qual a tecnologia trouxe o conforto e a possibilidade de uma vida mais longa, inconcebíveis no tempo dos nossos antepassados. Mas este mundo vive sob a ameaça de eventuais catástrofes, como um desastre nuclear, uma nova epidemia virulenta, ou uma alteração radical do clima. A ciência permitiu ao homem compreender muitas das forças destruidoras que nos podem arrasar, mas também acrescentou muitos perigos à nossa existência. Apesar das suas incertezas e problemas, este é um planeta em que podemos viver, o ponto mais aprazível que conhecemos do Universo para a nossa espécie.

No intuito de o manter tolerável e de mitigar futuras calamidades, os governos devem aprender a cooperar entre si na condução das instituições sociais e na utilização harmoniosa dos recursos naturais. A ciência é o principal instrumento de que o Homem dispõe para criar um equilíbrio praticável entre as necessidades da civilização e o carácter volúvel da Natureza. Contudo, ciência e tecnologia são, por si próprios, projectos experimentais. Devem merecer toda a atenção e todo o cuidado, para que não se virem contra a humanidade.

outubro 02, 2007

A falta de ÁGUA na Amazônia e no mundo!!!

Água suja não pode ser lavada. O provérbio africano, mencionado pelo professor Armando Mendes na abertura do seminário internacional "Problemática do uso local e global da água da Amazônia", se aplica bem à região, onde a ação do homem nos recursos hídricos tem provocado danos irreparáveis principalmente às populações locais.

No plano internacional, a escassez de água é a mais recente preocupação, sendo percebida e anunciada como verdadeira catástrofe mundial, como afirmou a pesquisadora Bertha Becker, do departamento de Geografia da UFRJ. "A água está rareando em todo planeta, a ponto de lhe serem atribuídos um valor similar ao do petróleo no século XX", disse. Enquanto em diferentes partes do mundo, experiências alternativas buscam solucionar a questão da escassez, como as 7.500 usinas de dessalinização em operação, o Brasil detém 18% das reservas de água doce do planeta. A maior parte destas águas está concentrada na Amazônia. Se não há escassez na região, as águas, nem por isso, chegam aos lares de todos os amazônidas.

E nem tampouco estão livres da contaminação por arsênio, cromo, chumbo e mercúrio.
Debates - Durante cinco dias, de 9 a 13 de março, pesquisadores de universidades e institutos de ciência e tecnologia da Pan-Amazônia, estiveram reunidos no auditório do Beira-Rio Hotel, para discutir o uso e a geopolítica das águas, identificando elementos para a formulação de políticas. Coordenado pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, o seminário internacional fechou as comemorações pelos seus 30 anos.e se tornou o marco do Programa de Cooperação Sul-Sul.

A sessão de encerramento contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral.
Em oito painéis, cada um com um expositor e dois debatedores, foram apresentados estudos sobre a poluição dos recursos hídricos, a importância para a navegação, os fatores determinantes da construção de hidrelétricas , a inserção da Amazônia na geopolítica da água, a legislação e os sistemas institucionais de gestão dos recursos hídricos e a cooperação amazônica para o uso sustentável destes recursos. O seminário refletiu sobre o divórcio entre os grandes projetos e o desenvolvimento regional, como no caso da construção da usina hidrelétrica de Tucuruí.

"Em 1975, providências para o aproveitamento dos potenciais da região Norte ganharam efetividade, só que não em benefício de seu povo e sim para dar suporte aos empreendimentos mínero-metalúrgico de altíssima demanda energética", expôs o cientista José Roberto da Costa Machado, da Universidade Federal do Amazonas.

O professor e pesquisador Camilo Dominguez, da Universidade Nacional da Colômbia, mostrou seus estudos sobre a navegabilidade nas três principais bacias hidrográficas da Amazônia, formadas pelos rios Amazonas, Orenoco e Guianas. Criticou a construção de barragens sobre os rios amazônicos, por se constituírem em intervenções controvertidas com graves conseqüências sobre ecossistemas e comunidades indígenas e de colonos que vivem nas áreas inundadas.




O coordenador do Naea, professor Luis Aragon, ao falar sobre cooperação amazônica e uso da água, considerou "indecente que, em pleno século XXI, milhões de pessoas não tenham acesso à água realmente potável e que tantas crianças deixem de sobreviver por falta de água ou por consumo de um produto contaminado".

As análises consistentes da geopolítica do uso da água nos Trópicos Úmido apresentadas no Seminário representam uma contribuição para o Foro Mundial sobre a Água que se reunirá em Kyoto, no Japão.

O Dia Mundial da Água (2007) trouxe mais uma vez o debate sobre este recurso natural fundamental para a vida. Este é um debate ainda pouco amadurecido, o que não corresponde à sua urgência. Dados da ONU mostram que 1,2 bilhão de seres humanos não têm água de qualidade para beber. Há estudos afirmando que a escassez de água vai duplicar nos próximos dez anos. Tudo por causa da poluição de mananciais combinada com o consumo insustentável praticado pela grande agricultura e pelas indústrias. Diante desse quadro, a região do Brasil mais pródiga em água doce realizou a Semana da Água em Belém do Pará. A Amazônia se reuniu para discutir o desafio de se criar uma nova cultura em relação à água. A FASE Amazônia estava lá.

Matheus Otterloo, coordenador da FASE no Pará, falou ao Fase Notícias sobre a Semana da Água. Ele representou a instituição em debates que também contaram com entidades como o Fórum da Amazônia Oriental, o Centro de Estudos e Práticas de Educação Popular, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Caritas. Entre os muitos riscos para a sobrevivência da bacia Amazônica, Matheus destaca o uso dos rios para produção de energia elétrica.

“Estamos muito preocupados com a questão da energia. Ficou claro que existe um plano decenal de energia para o Brasil. Nesse plano, os rios da Amazônia são vistos como fonte de energia barata. Estão planejando dezenas de usinas hidrelétricas para a região”, diz ele. A usina de Belomonte é apenas a parte já visível de um projeto que vai fazer muito mal à Amazônia e possivelmente colocará em risco a sustentação dos recursos hídricos na região do Brasil mais abundante em água doce subterrânea.

O coordenador da FASE relatou que estudiosos da Universidade Federal do Pará trouxeram um interessante estudo aos debates da Semana da Água. Segundo os pesquisadores, países ricos que já vivem o começo de uma crise de escassez de água estão dispostos a pagar por água do Brasil e outros países abundantes em água doce. Uma vez que poluíram para sempre suas fontes de água com industrialização massiva, passariam a dispor da fonte alheia. “Daqui a seis anos navios poderão estar nos rios da Amazônia levando água para fora do Brasil, segundo estes pesquisadores”, diz Matheus.

Talvez a previsão soe absurda para uma sociedade acostumada a ter água à vontade, a ponto de desperdiçá-la como é usual nas cidades brasileiras. Mas é preciso saber que, assim como o petróleo mobiliza guerras porque a sociedade dos Estados Unidos não concorda em usar menos automóveis, no caso da água já está em ação um plano de transformá-la em uma mercadoria como qualquer outra. Se os países aceitarem isso, estará aberto o caminho para estes funestos navios de expropriação dos recursos hídricos públicos brasileiros.

Falar em uma nova cultura relacionada à água significa propor todo um novo modelo de gestão que jamais aceite fazer dos recursos hídricos uma mercadoria. Mais especificamente, significa dar um freio ao abuso cometido pelos grandes agricultores: somente eles, com a irrigação intensiva, usam cerca de 70% da água doce do planeta. O consumo humano, segundo a ONU, representa apenas 18% do total. É por isso que as organizações sociais de todo o mundo apontam a necessidade de controlar o uso industrial e agrícola, conter a poluição de rios e nunca aceitar que a água vire mercadoria.

Para que uma nova cidadania global possa ser responsável pela garantia do acesso universal aos recursos hídricos, será necessária uma nova cultura relacionada à água. Isso implica uma mudança geral de comportamento, eliminando os desperdícios e ao mesmo tempo dando à sociedade a chance de ser co-gestora da água junto ao poder público. Para Matheus Otterloo, “a base social não pode estar ausente. Se entregar a água para as empresas, será comercializada. Consideramos a água como um bem coletivo ao qual todo ser vivo tem direito”.